terça-feira, 29 de julho de 2008

Relato da Roda do mês de julho

Inicialmente, foi feito por Waneska um resgate cronológico da Roda. Como surgiu, o que aconteceu de lá para cá e como chegamos aonde estamos hoje. Em seguida, Marcílio e Péricles fizeram também as suas considerações, complementando com os temas aprofundados a partir de 2006, especialmente com as eleições.
Análise de conjuntura pós-eleição 2006 propiciou desdobramentos importantes de diálogo com o poder publico.
Foi intensificada uma pauta de discussão com o novo governo, ainda com a equipe de transição.
Carta com demandas, sugestões e repasse de informações foi elaborada e entregue ao futuro secretario. (documentos também foram entregues).

Projeto dialogando, com 12 seminários – caravanas da juventude.

Relação com as pautas governamentais.

Pessoas que faziam a Roda acontecer estão colaborando com o governo. Isso nos fez pensar sobre qual de fato deve ser a participação dessas pessoas e também qual é o papel da Roda.
A partir daí foi feito um primeiro questionamento: a roda perdeu seu sentido?

Todas as falas das pessoas participantes que se seguiram apontaram para o não; a roda não perdeu seu sentido, ao contrário, está ganhando um sentido além daquilo que havia sido pensado anteriormente. É preciso definir: o espaço de representação é esse? Se sim, como vai ser? Se não, qual vai ser?

Em seguida, seguiram-se várias falas das pessoas que estavam na Roda e foram se inscrevendo e colocando suas opiniões:

- A Roda é uma proposta, não é uma organização juvenil. É um espaço onde dialogam várias pessoas e organizações.
- Não existem outros espaços específicos para pautar as questões da juventude.

- As pessoas sentem a necessidade de pressionar, não há um espaço, tapa-se o sol com a peneira. Tem tantas demandas especificas que precisam ser aprofundadas. Os temas precisam ser aprofundados e as questões resolvidas. É preciso circular mais para identificar as demandas especificas dos jovens.


- Somos e sempre fomos um lugar dos diferentes. Como vamos poder pautar de uma maneira mais concreta a proposta da Roda? Temos algumas questões pendentes com a conversa com o Governador. “Se a sociedade civil não pressionar, não se organizar, não vão acontecer as coisas que nós queremos”.
- É essa a crise da Roda. Ser um espaço representativo é papel das organizações juvenis.
- No meu ponto de vista, este papel de representação não é da Roda. A gente roda por diversos temas e por isso não aprofunda. Foi legal quando o Gajop deu continuidade ao tema violência e juventude. A nossa função é dialogar e não responder tudo mesmo quando algumas vezes a gente convida fala muito e não dá espaço ao diálogo. Não há espaço especifico para aprofundamento de alguns temas.

- A forma de fazer deve ser particular. O diálogo, a troca de idéias, deve ser mantida. Quando a gente passar a organizar isso foi para possibilitar a visibilidade das temáticas relacionada a juventude.

É para possibilitar o encontro entre os diferentes e não um espaço para dar respostas. O que falta é um fórum das juventudes, representativo de jovens e organizações que atuam com jovens.


- A roda cumpriu e ainda cumpre um papel de pautar os temas relacionados às juventudes. Pode ser um momento para reafirmar o espaço de diálogo ou é o momento para dar um salto: pressionar, mobilizar, exercer controle, formular respostas, capacitar. Acho que não devia ser da natureza da Roda ser um espaço especifico da sociedade civil, sem representação /participação de governo.


- Queremos ir além?


- A Roda cumpriu e cumpre um papel importante que deve ser reafirmado. Vai ser um espaço para formular propostas, preparar/formar atores? Não deve ser um espaço que o governo deva integrar, mas ser chamado para responder quando necessário. Queremos ir além de um espaço de debate? Se sim, precisa ter o mínimo de organização.
- Estamos num momento difícil, pois os “companheiros” estão agora no governo, então não estamos sabendo como fazer o controle.

- Para mim ela tem um significado quando ela reflete opiniões, convergências de informações. As pessoas da Roda são referências para trabalhos com jovens nas nossas organizações. Este é um trabalho que deve ser preservado.
- A Roda é um espaço de referência, visibilidade, credibilidade. As pessoas tem eleito a Roda dessa forma. Ela tem que estar no debate e também fazer pressão.

- A Roda acabou tomando essa representatividade porque não há outros espaços. É digno dizer que não representa, apesar de pautar discussões, pressionar, fazer o controle social. Acredito que o caminho é criar espaço para isso. Temos que começar a pensar nisso, nessa criação. Devemos manter essa proposição, deve continuar sendo um espaço propositivo, mas deve ser criado um espaço representativo, pois hoje praticamente não existe cobrança sobre aquilo que está parado. Os jovens não estão nessa discussão.
-é preciso pegar a credibilidade e aglutinar um outro espaço com mais representatividade. Os espaços e as redes de jovens existem, mas não estão articulados/organizados.

- É importante a participação do governo na Roda para proporcionar o debate que deve ser ampliado.

- A Roda tem um papel de dialogo, mas também de pressão. É um espaço forte, não vejo em nenhum outro fórum ou rede uma tão forte.
- Por que não os dois? Não podemos ficar nos restringindo, ter medo. Devemos pensar novas estratégias.
- Infelizmente a Roda tomou este rumo porque Não existe um outro espaço como os fóruns, que também estão desorganizados, em crise. É digno de a Roda perceber e garantir que não é dela e nem ela quer ser este espaço de representação, reivindicação.A Roda já está sendo um espaço propositivo, mas nesse momento, devemos manter apenas como espaço propositivo? Mas cadê a Juventude?

- Temos que ter uma preocupação com que o sistema nos oferece. O Capitalismo dá aos jovens o tráfico como oportunidade de trabalho.
- Acho que é uma crise, isso é tão normal... Talvez a gente queira crescer, mas não quer perder. Aqui é um espaço que proporciona o aprendizado, a vivencia do debate... Por outro lado, tenha em alguns momentos a exigência de ter mesmo uma plataforma, por não ter outros espaços.
- A roda é metropolitana, dentro da capital, e que se relaciona muito pouco com a realidade. Cadê os jovens? Vem os técnicos das organizações e alguns jovens. É um espaço de construção do dialogo, de preparo para as discussões disso com outras pessoas.

- A discussão de juventude é transversal em várias outras temáticas. De que forma conseguiríamos aglutinar as juventudes? Em muitas situações o dialogo garante respostas as questões. O sentido é dialogar, debater sobre temas de juventude, quero trazer a questão da representação. Qual é o meu papel?
- Desde o começo a representatividade da Roda era das Organizações. Agora existem sujeitos de tempos diferentes e com olhares que se complementam. Existem consensos e dissensos. Às vezes as coisas são tão subjetivas que ficam soltas.
- As angústias são saudáveis, mas não podemos diminuir a nossa importância. Não podemos vir para cá apenas para dialogar, senão vai ser frustrante. Não existe um fórum de juventude atuante. Tem que haver desdobramentos, tem que ter mais importância e não apenas dialogar.
- Por que o governo se identifica tanto com a roda? É muito importante o poder publico estar participando deste dialogo. É assim que se constrói diálogo e respostas. O convite reflete a vontade das pessoas que fazem a roda.
Basta querer dialogar política de juventude, jovens e adultos, ou mais organizações.

- Troca de experiências, diálogos sobre a realidade. As avaliações são diferentes a partir dos tempos de cada um. Desafio: o que fica depois da palavra. A roda une pessoas e organizações. Papel, metodologia do dialogo, da formação... A roda não quer fazer esta parte.
- Se a Roda chegou nesse instante é porque rodou muito. E mudou. A mudança não deve ter um sentimento de perda, mas sim de tranqüilidade. Os desafios estão relacionados com a identidade desses sujeitos. Relação com o Poder Público dever ser continuado. A Roda deve continuar e se planejar para enfrentar os desafios que surgem. O que nos cabe enquanto Roda?
- Se a gente restringir este espaço apenas ao dialogo é frustrante para alguns que vêm com sede de algo mais. A gente reconhece que não tem um fórum de juventude atuante e não apontar nada. O sentido é discutir que a roda não tem esse papel, mas alguns saírem estimulado a rever e encaminhar outros desdobramentos. Desta forma é o que eu percebo como papel da roda, dos diálogos. As reflexões que eu faço refletem uma percepção institucional.
- Se a roda chega neste ponto de ter mais clareza sobre a necessidade de repensar é porque rodou muito. A roda deve continuar, e as mudanças não devem deixar na gente um sentimento de perda. Deve se aproximar de um sentimento de tranqüilidade. Esclarecer os desafios que estão sendo postos, em qual realidade. Todos nos temos um nível de saber sobre esta realidade. São vários sujeitos: as organizações juvenis, ong’s, poder público.
- Há uma diferença entre diálogo e controle social. Pode haver uma carência dos fóruns representativos, mas existem os fóruns sim. Existem pontos de vista diferentes (pessoas de dentro e de fora). A Roda é um espaço da sociedade civil, de decisão da sociedade civil, se, eventualmente, for necessário, chama o governo. Não necessariamente precisam ser as mesmas pessoas do começo.
- O fórum das juventudes do Recife vive hoje um momento de crise. Não vê a Roda como um espaço de representação das organizações juvenis, mas sim de organizações e pessoas que trabalham com juventude. Decidimos naquele momento que teríamos com a roda um espaço de dialogo. Mas por vários momentos, queríamos incidir politicamente, exigir mudanças para melhorar a qualidade de vida dos jovens. As formas de perceber a roda, visualizar os resultados é percebido diferentemente.
- Fórum especifico da sociedade civil faz-se necessário e nele não deve ter a participação do poder publico. Acho necessário, mas penso que não deve ser a roda. Esta é uma grande crise da também dos fóruns de juventudes de Recife. Quem compõe este espaço? De fato, este espaço existe no Recife. È tanto que ele serviu de referencia para outros estados. Devemos refletir sobre porque ele está desarticulado, inclusive as organizações?
- A relação com o poder público deve ser um dialogo. Em algumas vezes deve ser de construção do dialogo e em outras deve ser mesmo de confronto... Eu acredito que a roda deveria se manter como está, diante deste desafios, e se preparar para enfrentá-los. A roda construiu uma referencia política com a sua ação.
- A metodologia inicial da roda apontava para um dialogo, sem tomada de decisões, mas aglutinando opiniões. Desde o inicio pautamos temas que exigiam respostas e, por isso, talvez, a gente também queira dar respostas. Necessitamos de espaços que possibilitem a construção de parâmetros para onde seguir, conflitos.

Alguns questionamentos que ficam de todo o debate:

  • A roda nunca se propôs ser um espaço de representações das organizações juvenis e isto é um fato.
  • Finalização dos fatos.
  • Ser espaço da sociedade civil.
  • O momento foi pequeno para fazer uma avaliação.
  • O que nos cabe enquanto Roda e o que nos cabe a médio e longo prazo?
  • Como a Roda pode fortalecer a incidência política dos jovens? (A pergunta é de mão dupla).
  • É preciso fortalecer os fóruns que estão frágeis.

* Começou-se a perceber e necessidade de um outro momento ainda para continuar o debate, pois apenas uma manhã é pouco para avaliar e deliberar/encaminhar questões sobre a Roda.

* Foi feita uma proposta de que a próxima Roda seja uma discussão sobre o Fórum das Juventudes do Recife, a Rede de Jovens do NE - uma troca de experiências.

Os responsáveis por organizar a próxima Roda são Péricles Chagas e Jaqueline Soares.


Avisos:


Dia 31 de julho será instalado um Conselho Estadual da Juventude, a partir de demandas das próprias juventudes: conferências, dialogando, ação social civil, organizações juvenis. Não há preparo para este diálogo, este Conselho.


Roda sobre Juventude e Violência - dia 30 de julho no Gajop às 9h. Haverá a presença de José Luís Ratton (Pacto pela Vida).


enviado por: Auta (Etapas)

1 comentários:

Anônimo disse...

Nas minha anotações, nos encaminhamentos:
É preciso no inicio da roda se fazer um relato sobre a roda passada, quem sabe distribuir o relatório.

O tema seria, pode ser melhorado:
Porque as organizações, redes e fóruns de juventude de PE tem dificuldade em se constituir como interlocutores das juventudes no campo das políticas públicas?

Para roda como o todo era legal repetir a questão sobre qual é o papel da roda.