Bem, como preparação para nossa roda de quinta-feira, escrevi um textinho que pode ajudar na reflexão (como fonte, usei pesquisas e trechos de outras reportagens postadas aqui no Blog, mais especificamente:"Especialista analisa juventude e violência" e "Homens de
Políticas de segurança pública para jovens
Outra constatação, feita pelo próprio diagnóstico do nosso plano estadual de segurança pública, o Pacto pela vida, é de que a população carcerária do estado é eminentemente masculina, juvenil e de baixa escolaridade. Segundo recente pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), isso também é comprovado em nível nacional, onde 59,6% da população carcerária do país é contituída por jovens do sexo masculino entre 18 e 29 anos.
Estatísticas como essas demonstram que boa parte dos jovens brasileiros está sem perspectivas. Indicam também a urgência de políticas públicas direcionadas, mas com uma visão inovada que reconheça as especificidades dos jovens, como afirma a socióloga e pesquisadora Miriam Abramovay, coordenadora da pesquisa Convivência escolar e violências nas escolas, da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla): “Torna-se fundamental uma nova visão sobre a juventude, que fomente sua inclusão e emancipação e que amplie uma rede de proteção social, com oportunidades de estudo e trabalho, com política de combate às diferentes violências existentes, promovendo espaços de arte, cultura, esporte e lazer”.
Já o documento do Ipea sinaliza que a promoção de ações preventivas numa política pública de segurança voltada para jovens ainda é incipiente e sugere: “Seria da maior importância que uma política nacional de prevenção à violência fosse estruturada, incluindo ações de enfrentamento de fatores de risco e a potencialização de fatores de proteção, buscando ampliar a ação do sistema de justiça criminal da simples repressão e punição para o tratamento e reinserção social dos apenados”.
PS: No “Pacto pela vida”, das 80 páginas destinadas às linhas de ação do projeto, 25 estão no eixo ”Prevenção Social do Crime e da Violência”.. comparando comoutros eixos.. achei pouco... mas, teoricamente são só número de páginas...
2 comentários:
Jakeline, queria ter ido na última roda mas estava viajando. Era inadiável.Na próxima estarei. Abraços,Otávio Luiz Machado
Anotações sobre um Galpão de Juventude
Na Roda de Diálogo ocorrida em 12/06/08, cujo tema foi Jovem e Vida Segura, tivemos notícia sobre uma das principais ações do Pronasci, o Protejo.
Impressiona a informação de Marcílio Brandão sobre o que será investido no Pronasci - 2008 -1,4 Bilhões – Pronasci em resposta ao que é gasto anualmente pelo Fundo Nacional de Segurança Pública, cerca de 450 Milhões, e que foram devolvidos 30% desse valor, numa demonstração de falta de capacidade gerencial dos gestores estaduais e municipais.
Raton, por sua vez, constatou que a violência não é democrática, é assimétrica como outros fenômenos sociais. Ela atinge Jovens, homens negros das áreas mais pobres em Pernambuco e no Brasil. Mas a constatação que causa mas angústia é sabermos que autores e vitimas da violência são muito parecidos socialmente.
Muito contundente a afirmação de Raton ao reconhecer que há violência contra a Mulher, que é gravíssima e a violência homofóbica, que tem um público específico, ao mesmo tempo que reconhece que a violência não tem origem, mas um conjunto de causas altamente complexas.
No caso de nosso estado as especificidades locais, como por exemplo o ethos da masculinidade, que se revela como elemento cultural importante que motiva as pessoas a resolverem seus conflitos de forma violenta.
Ao procurar entender esse fenômeno social, o pesquisador afirma que há causas políticas decorrentes da formação do estado brasileiro que não se materializa nas classes sociais mais pobres, onde os sistemas de justiça e políticas públicas não entram.
O sociólogo acrescenta que as pessoas nesses locais assumem o lugar do público e passam a resolver seus problemas com o uso da força e de forma privatizada.
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